sexta-feira, 18 de junho de 2010

...No silêncio mais fundo desta pausa...


Faleceu hoje(18 Junho)em Lanzarote o prémio Nobel da Literatura do ano 1998,José Saramago.José de Sousa Saramago de seu nome completo,nasceu na freguesia de Azinhaga Concelho da Golegã a 16 de Novembro de 1922.Foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Ganhou ainda o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
Aqui fica uma simbólica homenagem com um lindo poema do autor.


Intimidade

No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Golegã...Terra de toiros e cavalos...

Poema dedicado ao Exmº Sr.Presidente da Câmara Municipal da Golegã, Dr. José Veiga Maltez, que tem sido uma figura ilustre e de destaque neste Concelho,pelo que tem feito em nome do progresso, competitividade, cultura,empreendedorismo e procurado com a inteligência e dedicação que lhe é peculiar, levar este lindo Concelho, além fronteiras, pelos melhores motivos!
Aqui fica o meu apreço e agradecimento.

Fotografia de Emílio Biel >


Golegã

Golegã destes meus sonhos
tens o verde da esperança
dos meus sonhos de criança
que espraiam no teu olhar...
és história colorida,...
..A garça de puro branco!

Baila o teu ventre em trigais
dourados,inebriantes,
entre trotes,galopantes
de uma valsa qualquer...
num erotismo pungente
na terra fértil,hilariante!

Golegã destes meus sonhos
beija-te o Tejo escarpido
por entre o verde esculpido
dos salgueiros e dos juncos...
Em anarquia constante
semblante, de cortesia...

Terra de toiros e cavalos
de gente nobre e artista
como guitarra fadista
de coração português...
És saudade que regressa
na alma do viajante...

Trago comigo o semblante
das auroras que te acordam
dos olores que me recordam
a madrugada estival
por entre a terra florida
desse sonho que é real

Tuas gentes oh Golegã
são tuas, mesmo de fora
que te levam na memória
a tradição e a garra...
Na bagagem simpatia,
no peito quente e ardente!