VAIDADE
Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quanto mais no céu eu vou sonhando,
E quanto mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
Poesia, pensamentos, palavras soltas, de minha autoria e outros poetas de minha eleição. Creio que a poesia portuguesa é a melhor do mundo.Tem mais musicalidade e maior riqueza de palavras.Vamos ler português! Todos os poemas de minha autoria estão registados. Por tal facto estão reservados todos os direitos de autor.
sábado, 22 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
...talvez possa descansar...
O mundo parou-se num quadro onde só posso continuar, onde o cajado só pode ficar, onde só posso continuar a esculpir uma forma neste pedaço de ramo com a navalha, onde o cajado só pode ficar a vigiar a planície como um ancião solene.
Todos os pássaros fugiram. Todos os bichos do chão deixaram de ouvir-se. Todas as nuvens pararam. Aproxima-se o momento. Olho o sol de frente. Penso: se o castigo que me condena se fechar em mim, se aceitar o castigo que chega e o guardar, se o conseguir segurar cá dentro, talvez não tenha de suportar novos julgamentos, talvez possa descansar. Atrás da terra, surge o grande rugido do silêncio. O horizonte avança para mim num incêndio. E distingo-o. Vem a direito, com passos de máquina. O seu corpo, maior do que o dos homens, é como o de uma árvore que andasse, é como o de um homem que fosse do tamanho de três homens. E a cada passo seu, aproxima-se três passos de homem.
Todos os pássaros fugiram. Todos os bichos do chão deixaram de ouvir-se. Todas as nuvens pararam. Aproxima-se o momento. Olho o sol de frente. Penso: se o castigo que me condena se fechar em mim, se aceitar o castigo que chega e o guardar, se o conseguir segurar cá dentro, talvez não tenha de suportar novos julgamentos, talvez possa descansar. Atrás da terra, surge o grande rugido do silêncio. O horizonte avança para mim num incêndio. E distingo-o. Vem a direito, com passos de máquina. O seu corpo, maior do que o dos homens, é como o de uma árvore que andasse, é como o de um homem que fosse do tamanho de três homens. E a cada passo seu, aproxima-se três passos de homem.
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