
Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Quantas vezes, Razão, me tens curado?
Quão fácil de um estado a outro estado
O mortal sem querer é conduzido!
Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Tal, que em grau venerando, alto e luzido,
Como que até regia a mão do fado,
Onde o Sol, bem de todos, lhe é vedado,
Depois com ferros vis se vê cingido:
Para que o nosso orgulho as asas corte,
Que variedade inclui esta medida,
Este intervalo da existência à morte!
Travam-se gosto, e dor; sossego e lida;
É lei da natureza, é lei da sorte,
Que seja o mal e o bem matiz da vida.
Bocage
2 comentários:
olá Maria
por um amigo !Raul! vim até aqui
gosto do teu blogue
aqui tá-se bem
e é portugues.
um abraço
Obrigada pela visita.será sempre benvindo.A língua portuguesa permite-nos a melhor poesia pelas sua musicalidade e riqueza de palavras.procuro tudo isso,daí dedicar este blog apenas à poesia portuguesa.Bem haja e volte sempre
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