
Carnaval
Afunda-se o destino num mar de desenganos
Riscam-se as palavras da pele e da alma
Turva-se o sorriso com os dentes apodrecidos
Masturbam-se os ideais nos bordéis da vida.
Invertem-se os caminhos no meio dos escombros
Arranca-se o sol por entre a terrível penumbra
Brinca-se ao Carnaval em cada novo Fevereiro
Sorrimos e sambamos como medo do outro dia!
E lá vai permanecendo em nós a triste sina
De fingirmos que acreditamos que isso é viver
De secarmos as lágrimas que teimam em correr.
Valerá a pena omitir a desilusão dessa farsa?
Ou vamos continuar a ver cada amanhecer
Dissolver-se no tempo que adultera o nosso crer?
Vóny Ferreira
2 comentários:
Agradavelmente surpreendida por ver aqui no seu belo recanto um poema meu, deixo-lhe um abraço e o meu reconhecimento humilde.
Vóny Ferreira
Agradeço as suas palavras.Estou a descobrir os seus blogues.Gosto imenso até porque temos gostos em comum no que concerne a literatura e a natureza.um abraço para si também
Enviar um comentário